Boa nova para o tratamento de câncer, especialmente a Leucemia Linfoide Aguda (LLA). Um estudo realizado pelo Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná) desenvolveu uma versão de asparaginase humana (desde a década de 1970, a enzima é extraída de bactérias). Os cientistas brasileiros Stephanie Bath de Morais, Nilson Zanchin e Tatiana Brasil foram os responsáveis pela descoberta.

“A enzima obtida a partir de bactérias, embora efetiva no tratamento, provoca uma reação forte do sistema imunológico, causando diversos efeitos colaterais no paciente. A vantagem de se utilizar no tratamento uma proteína de origem humana seria a diminuição dos efeitos colaterais decorrentes do reconhecimento de uma molécula estranha”, destacou Tatiana Brasil, a pesquisadora do Laboratório de Proteômica e Engenharia de Proteínas da Fiocruz.

De acordo com Tatiana, a pesquisa, que levou quatro anos, produziu uma molécula inovadora no laboratório e isso ajudará aos milhares de pacientes que dependem de um medicamento que é importado e usado no SUS (Sistema Único de Saúde) do Brasil.

Além de minimizar os efeitos colaterais, a descoberta pode suscitar na produção de um medicamento nacional para o tratamento de leucemia. “Hoje, o Brasil importa a asparaginase bacteriana que é utilizada nos serviços de oncologia cadastrados pelo SUS. Com a produção nacional dessa molécula humana inovadora, teríamos a possibilidade de melhorar o tratamento, baratear o custo e reduzir a dependência das importações”, conclui a pesquisadora.

(Com informações da Agência Fiocruz – 05.08.18)