No primeiro dia das apresentações, chamou bastante a atenção da plateia a conferência da diretora da área de pesquisa em diagnósticos da London School of Hygiene and and Tropical Medicine (LSHTM), Rosanna Peeling. A médica sanitarista expôs, com detalhes, o trabalho que a escola que representa vem desenvolvendo em países da África e Ásia e os resultados que obteve ao unificar, processos de avaliações de novos testes de diagnóstico e dispositivos médicos e, com isso, reduzir o tempo de espera que um produto inovador precisa aguardar para ser lançado ao mercado.

A redundância de avaliações e procedimentos para atender aspectos particulares da legislação de cada país é, conforme explicou Rosanna, um imenso obstáculo, com repercussão nos custos e no tempo, para que tecnologias inovadoras sejam disponibilizadas a um maior contingente de pessoas. Rosanna disse que, em alguns países da África, testes destinados a verificar a presença do HIV no organismo precisaram ser submetidos a mais de 40 ensaios. “Podemos fazer melhor, mais seguro e mais barato” enfatizou.

O consultor internacional Freddy Tinajeros, que atua, sobretudo em países da América Central, relatou sua experiência como representante do CDC – Center of Disease Control dos EUA com o estabelecimento de modelos (baseados em algoritmos) que permitiram estabelecer parâmetros para antecipar o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis (Aids, sífilis e clamídia, entre outros) em países da região. Tinajeros descreveu como colaborou para implantar um sistema de vigilância preventiva, envolvendo trabalhadoras do sexo, mulheres grávidas e homossexuais.

No terceiro dia, um dos aspectos mais importantes da sessão foi a hipótese cogitada de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) possa vir a assumir a tarefa de aconselhar a adoção de testes que tenham sido habilitados para aplicação em outros países, evitando que estes tenham que ser certificados de acordo com as especificidades de cada estado-membro da organização.